segunda-feira, 18 de abril de 2011


Removendo miudos gestos de amor, aquele homem segue silente, quieto, em sua plenitude apenado. Trilhava este mesmo percurso diariamente, sem perceber que sua companhia o desagradava .

Fez-se presente em cada lágrima que recobria sua face, e não notara o quão amargurado tinha se tornado todos esses anos.

Em gesto simples, recorreu ao seu ritual prazeroso :

Esticou a cadeira, agitou a aguardente, dobrou a calça, se acomodou e logo já estava ali, imerso as lembranças do seu fiel passado. Era atormentador e ao mesmo instante prazeroso, reter aquelas imagens do riso, da troca de afeto e dos instantes onde a regulação da temperatura somática, e as terminações nervosas eram sensitivas ao toque do olhar entre ambos.

Eis que o sol raiou e ele estava ali, naquele mesmo local imundo, então levantou, observou um espelho na sala, próximo ao sofá e percebeu que sua imagem tinha modificado.

Afinal, quem era esse homem, com barbas gigantes ? O córion já havia afinado de tal forma, que contribui para a saliência dos vasos sangüíneo . Que horror !

Notou uma diferença exorbitante entre o que era, e a vontade do querer ser . Enumerou esse suposto limite que o prendia, saiu da frente do espelho, arrastou a cadeira, agitou a aguardente, dobrou um pouco a calça e já estava ali novamente, em sua companhia .

3 comentários: